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Destaque

Um silêncio mortal

  • Jorge Weslley
  • 11 de jul. de 2016
  • 8 min de leitura


Pácia era uma pequena e tranquila cidade do interior dos EUA onde seus habitantes faziam da cidade um lugar único e invejável de se viver. Uma cidade com poucos recursos, mas extremamente aconchegante, o suficiente para tornar agradável a vida de todos que ali viviam.


Os membros da família Allen, recém-chegados na cidade, retiravam do bagageiro enormes sacos amarrados com pertences que possuíam, organizando-os dentro de sua nova casa. George, o patriarca da família e sua esposa Aurora estavam bastante otimistas com a compra de sua nova casa. Ao contrario Riley, filha mais velha do casal que odiou a idéia de viver fora fluxo da cidade grande, para morar em um lugar isolado de tecnologia. Riley era uma jovem de apenas 18 anos que terminara o colegial. Uma garota de personalidade forte, gótica, e nada feliz com sua nova jornada. Diferentemente de seu irmão Will, um garoto de apenas 10 anos de idade que por outro lado tratou-se de pegar sua bicicleta e rondar pelo o bairro em busca de novas amizades.


O curioso rapaz passeava lentamente pelas ruas do bairro em buscar de crianças pelo qual pudesse brincar. Quando de repente, avistou um grupo de crianças brincando em frente ao um casebre de aparência sinistra, que aparentava olhá-lo de maneira triste e desconsolado. A casa possuía um telhado em formato de “W” com as laterais curvadas e duas janelas, uma do lado esquerdo e outro do lado direito, formando assim dois olhos, a janela do lado esquerdo estava trincada, como se alguém tivesse arremessado uma pedra que a deixasse naquele estado, e uma porta velha, cercada por uma corrente sem cadeado. Will parou a bike no meu fio colocando uns dos pedais sob quina do esgoto, deixando a bicicleta totalmente imóvel. Logo de cara, percebeu que havia 2 meninos e 3 meninas, que saltitavam em cima de uma “amarelinha” um jogo de crianças onde existe céu e inferno riscado no chão com giz em frente a casa. O garoto se aproximou para se apresentar.


— Olá, me chamo Will, sou novo no bairro, posso me juntar e brincar com vocês!? Disse o menino.


Misteriosamente, as crianças o ignoraram como se ele não existisse ou não estivesse ali. Era como se ele fosse invisível, pois as crianças deram continuidade a sua brincadeira e não deram a mínima para a presença do novo morador.


— Olá, vocês conseguem me ouvir? Eu estou falando com vocês! Insistiu Will acenando para elas.


As crianças olhavam umas para as outras, rindo, e pulando e não o notara mais uma vez.


Will achou estranha a reação das crianças pegou sua bicicleta e seguiu para casa. Chegando lá, contou para sua mãe tudo o que aconteceu. Embora o Sr. George, concordasse com o comportamento das crianças em relação a Will, ele imaginava que pelo fato de serem novos moradores no bairro esse tipo de comportamento vindo de crianças era apenas um período de adaptação “coisas de crianças”. Já Aurora, não gostou nem um pouco da atitude vindo por partes das crianças e como uma excelente mãe, decidiu conhecer seus novos vizinhos. Pegou as coordenadas de Will de onde ficara o casebre e seguiu algumas quadras rumo a casa.


Ao chegar, Aurora se deparou com a aparência do casebre e levantou olhar, observando seu estado de conservação. Fixou o olho na janela da esquerda e parou alguns segundos, e de repente viu um vulto de uma espécie humana passando pelas rachaduras da janela quebrada, ao mesmo tempo, tomou um enorme susto e suspirou. Tentando se recuperar do outro lado da rua, mirou seu olhar para porta e viu que não havia criança alguma, apenas o chão riscado com giz. Atravessou a rua, subiu a calçada do casebre e novamente fixou o olhar na janela, desta vez, ninguém apareceu.


— Como alguém pode viver em um lugar assim! Falou para si mesma em voz baixa. — Acho que Will confundiu o lugar.


Enquanto isso, Sr George estava limpando seu escritório e fazendo seus últimos reparos. Estava se vangloriando de todas suas conquistas na vida, e cantarolando suas vitorias. O Sr George era corretor de imóvel, este era uns dos motivos que o incentivou mudar para a região, pois ele via mercado, capital, e uma possibilidade de ficar rico. Ele acreditava nos números, nas possibilidades de vencer, e nunca perder. Isso o tornava um incrédulo.


A frigideira fazia barulho de carne grelhada e cheiro estava delicioso. Já era hora do jantar. O relógio de parede marcava às 20:00, Will ajudava Riley a por mesa, pegando os pratos e os talheres que estavam dentro de uma sacola colada ao canto da cozinha com algumas panelas. Quando Aurora pegou o bife e começou a despejar sobre os pratos a família escutou 3 batidas em sua porta.


— Ora, Ora, o cheiro o jantar já conquistou alguns moradores do bairro. Brincou Sr George enquanto Riley foi até a porta para saber quem era.


Ao abrir a porta, a sala foi tomada por um vendaval gélido que foi sentido até a cozinha.


— Nossa que estranho, não tem ninguém aqui. E que frio que faz aqui à noite. Disse Riley após abrir a porta e descer alguns degraus. Então ela voltou e família deu continuidade ao jantar.


Alguns minutos mais tarde a família acabara de jantar e foram assistir TV, sentados no chão da sala o sinal da TV começou a pifar, fazendo aqueles sons de curtos circuitos fazendo-os desistir da diversão. Segundo depois, 1 nova batida foi ouvida, desta vez, não eram batidas comuns, era como se algo fosse arremessado na porta.


Sr George rapidamente se levanta e vai averiguar o que aconteceu. Abriu a porta lentamente que pareceu ranger, produzindo um ruído áspero, como de um objeto duro que roça contra outro, ele encontrou um pequeno jornal que estava enrolado com uma espécie de fita, que mais parecia um bastante, a única coisa que conseguiu ler, era a data, que justamente era a data do dia seguinte. Por esta razão, pensou ser um jornaleiro fazendo apenas seu serviço: O de entregar jornal.


Depois de pegar o objeto, jogo-u no meio da sala em cima do carpete ainda enrolado pela fita, e informou que já estava na hora de dormir. Sem hesitar, todos partiram para um cômodo da casa tendo uma proveitosa e tranquila noite de sono.


Já pela manhã o Sr George estava de pé, ajeitando a gravata em frente ao espelho pronto para sair. Seria seu primeiro dia de emprego na cidade, porém, algo o deixava indisposto. Parecia que o dia anterior o deixara cansado. Então, como de costume seguiu para o quarto Riley para lhe dar um beijo na testa, e assim fez. No entanto, ao entrar no quarto de Will viu que o garoto não se encontrava na cama, logo se desesperou.


Ele não tinha idéia de onde o garoto poderia estar. Rapidamente, correu até Aurora na ânsia de encontrá-la com o garoto, mas, a resposta não foi nada animadora. Aurora ainda de camisola pegou o telefone e tentou ligar para as autoridades, porém o telefone estava sem linha. Até mesmo os três celulares da casa estavam sem o sinal.


Riley acordou com toda aquela movimentação na casa, e logo iniciou uma busca pelo irmão na vizinhança. Ela lembrou que Will havia citado uma casa onde encontrou crianças brincando e achou que ele poderia esta lá. Ela correu em direção da casa, ficando frente à porta. Ela chamou pelo garoto, mas não obteve resposta. Sem desistir, Riley bateu na porta e ninguém atendeu, quase desistindo ouviu uma voz vinda da porta, era Will dentro da casa. Sem pensar duas vezes, com facilmente, ela tirou a corrente que ficava na porta e adentrou.


Impressionada pelo que viu dentro casa, ela teve a certeza que o desastre que era a por fora era por dentro também. Ela chamava por Will, porém sem sucesso. Seu coração batia aceleradamente por não conseguir encontrar-lo embora tivesse escutado a voz do garoto no interior da casa.


Riley então se vira em direção à porta quando se depara com uma mulher vestida de enfermeira, ela parecia pálida, as roupas brancas pareciam áurea e brilhavam fortemente. A enfermeira apenas fez um sinal de “Silêncio” pondo seu dedo indicador esquerdo sobre os lábios. Ainda em choque, com um medo transformado em angustia Riley permaneceu totalmente imóvel e apenas fechou os olhos. Ao abrir-los novamente a mulher vestida de enfermeira já não estava mais lá em seu caminho.


Desesperada Riley corre em direção aos pais avisando que se existisse um lugar para que Will pudesse estar esse lugar era dentro daquele casebre.


Sr George, Sr Aurora pedem para que Riley fique dentro de casa e não saia para lugar algum, pois iriam arrombar a casa em busca do garoto, e só sairiam dali com o ele de volta.


Riley então vai para o quarto fecha a porta e pega o telefone, tenta novamente ligar para policia, porém, sem sucesso. Ela reabre a porta do quarto e vai até a sala na buscar incessante de sinal para o aparelho, mas o que encontrou foi apenas o jornal jogado no meio da sala.


Enquanto isso, Sr George invadiu o casebre em busca de Will. E então, ajudado por Aurora que começa a revirar tudo, não encontram nada. Aurora e George já não estão tão otimistas, e com um olhar triste e decepção os dois se abraçam e começam a chorar. Ao enxugar as lágrimas e se recompor, os dois são surpreendidos pela enfermeira que novamente não disse nada, apenas fez o sinal de “Silêncio” e se aproximou. Ainda em êxtase, a enfermeira segura a mão de Aurora conduzindo-a junto com seu esposo.


Nesse exato momento Riley entrar aos prantos e abre a porta do casebre. Ela estava transtornada e o seu estado era de pavor, como se algo terrível tivesse acontecido. O seu desespero era notável e sua expressão era uma lástima. Riley não conseguia dizer uma palavra, e foi então que ela tirou de seu bolso, ainda amassado, o jornal. Entregou aos seus pais para que eles pudessem ler, e saber real motivo do seu estado.


O jornal dizia:


18 de Julho de 1997


Um terrível acidente pôs fim a vida de uma família no distrito de Pácia. O carro onde a família estava foi encontrado as margens de córrego totalmente destruído. Dos quatro ocupantes que estavam no carro, apenas uma criança, identificado com Will Allen sobreviveu. Ele foi internado em hospital da cidade em estado de coma.


Os outros ocupantes identificados como George Allen, Aurora Allen, e Riley Allen foram encontrados mortos no local entre as ferragens.


Segundo parentes e amigos, a família estava de mudança para cidade, sem data pra voltar.


Todos ficaram mudos por um momento, exceto a enfermeira que disse uma única frase:


— Me acompanhe!


Ela os levou até um quarto onde não havia absolutamente nada, era um escuro amedrontador. Pouco a pouco, como mágica, a escuridão começou a cessar e foi dando vida a um leito hospitalar. Ao fundo, havia um garoto ligado a aparelhos.


Toda a família juntamente com a enfermeira se juntou a maca, e se depararam com Will, deitado sobre ela. De repente, o garoto, desperta meio sonolento começa a encará-los. Nada foi dito. Ele se levanta da cama abri os olhos e diz:


— Está na hora de me despedir, não posso passar a vida inteira com os olhos fechados. Chegou à hora de viver, e fechar os olhos para morte.


No mesmo instante o quarto é envolvido por uma luz que parece cegá-los, George, Aurora e Riley são arrebatados pelo ambiente.


Will deita-se no leito, e volta a dormir. Ao abrir os olhos, já se passara 6 meses depois do acidente, ao olhar ao redor o garoto se vê em um hospital. Era o fim do estado de coma, e o início de sua nova vida.


 
 
 

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