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Destaque

A Estátua

  • Jorge Weslley
  • 14 de mai. de 2016
  • 3 min de leitura

Londres, 18 de julho de 1981.


Era noite e ameaçava chover. Cansados com sua vida rotineira, o casal Gribbs decidiu sair para jantar fora. Contrataram a babá que mais confiavam para que tomasse de conta de sua única filha, Emille Gribbs. Emille era uma criança de apenas sete anos, bastante traquina e presa pelos próprios pais. Por essa razão a menina nunca andava sozinha e constantemente era vigiada por alguém. Emille tinha cabelo curto, olhos claros, e uma pele branca, tão branca ao ponto de se pensar que nunca tinha tomado sol antes. A garota não frequentava a escola, pois tudo que sabia era controlado e vigiado por seus pais.


— Será que temos que ir mesmo? - Disse a mãe olhando da janela para céu avermelhado.

— Claro que sim! Já estamos combinando esse jantar há dias, não tem como dar errado - Respondeu o pai calçando os sapatos, sentado no sofá.

— E Emille? Como vai ficar? Você sabe que eu não gosto de deixá-la sozinha!

— Ora, nossa filha já estar mocinha! E, além do mais, contratamos a melhor babá de Londres, ela é de confiança e você sabe disso, não é mesmo?

— Sim, eu sei, mas mesmo assim fico preocupada, você sabe o quanto Emille nos preocupa. Finalizou a mãe com um tom de tristeza.


Naquela noite antes de sair, seus pais haviam dado seu último beijo na garota, era um beijo de afeto, que nunca mais se repetiria. Emille dormia no quarto que ficava no segundo andar do apartamento, divido apenas por um corrimão que dava acesso ao andar de cima. Os pais de Emille por diversas vezes tentaram matriculá-la em um internato, porém sem sucesso, pois a menina dizia ver vultos, falava sozinha e até dava apelido a coisas não existente. Sim, a menina era totalmente transtornada, dia e noite, essa era a razão de total proteção para com a menina, pois os pais acreditavam que sua filha sofria de problemas psicológicos.


Finalmente a babá chegara a casa, os pais já estavam prontos para sair. Emille neste dia estava dormindo no quarto de cima, e a babá recebia orientações no andar de baixo. Recebeu uma lista de afazeres e o número de telefone do restaurante. Fora lhe dada permissão de ligar a qualquer momento, caso houvesse necessidade.


O relógio badalou às 23:00 horas, a babá encontrava-se no andar debaixo, esperando o tempo passar para que pudesse pegar seu pagamento e ir embora. Ela ainda não tinha ido ver como Emille estava, pois não queria incomodá-la. De repente, ouviu um enorme gemido no andar de cima. ”É a garota” - pensou a babá. Sem saber o que estava acontecendo, achou que tivesse entrado alguém no apartamento, logo se desesperou. Ainda com medo, a babá subiu as escadas lentamente segurando o corrimão, tentando ver se tinha alguém dentro do quarto da criança, por debaixo da porta dava para ver uma enorme escuridão.


Ao abrir a porta, viu que Emille continuava dormindo como se nada tivesse acontecido. Ao olhar para o lado, tomou um enorme susto quando viu uma estátua com asas enormes, pele branca, e olhos pretos, olhando Emille dormir. Imediatamente, a babá desceu as escadas correndo, pegou o telefone e ligou para os pais da garota. Contou tudo que aconteceu, mas ela ainda tinha um pedido final: perguntou se poderia cobrir a estátua do anjo que estava dentro do quarto com algum lençol ou cobertor, pois ele a deixava com medo. O telefone ficou mudo por alguns segundos, o pai, que havia atendido ao telefone, respondeu com um medo presente em sua voz: “Tire minha filha de casa agora! Nós estamos chamando a polícia, pois não temos nenhuma estátua de anjo”. Minutos se passaram e os pais da garota finalmente chegara à casa. No corrimão, encontraram marcas de sangue que seguiam até o quarto da garota. Ao entrarem no quarto, encontraram os dois corpos: o da garota e do babá, jogados no chão, totalmente perfurados e ensanguentados. Nenhuma estátua foi encontrada.


 
 
 

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